segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Helen Keller

TRÊS DIAS PARA VER
Por Helen Keller

O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão?

Helen Keller (1880-1968), uma mulher extraordinária, cega, surda e muda desde bebê, nos chama a atenção para a apreciação de nossos sentidos, algo que normalmente não percebemos. Apenas de posse do sentido do tato e uma perseverança inigualável, sob a orientação de Anne Sullivan Macy, Keller pôde aprender a ler e escrever pelo método Braille, chegando mesmo a falar, por imitação das vibrações da garganta de sua preceptora, as quais captava com as pontas dos dedos. O esforço de sua mente em procurar se comunicar com o exterior teve como resultado o afloramento de uma inteligência excepcional, considerada a maior vitória individual da história da educação. Ela foi uma educadora, escritora e advogada de cegos. Tinha muita ambição e grande poder de realização. Ao lado de Sullivan, percorreu vários países do mundo promovendo campanhas para melhorar a situação dos deficientes visuais e auditivos. É considerada uma das grandes heroínas do mundo. A Srta. Helen alterou nossa percepção do deficiente.

Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no principio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silencio lhe ensinaria as alegrias do som.
De vez em quando testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. “Nada de especial”, foi à resposta.

Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tato encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.
Às vezes meu coração anseia por ver tudo !

Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tato. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contato fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.

sábado, 24 de outubro de 2009

MAIS

O MAIS – Movimento de Apoio à Inclusão do Surdo na universidade nasceu do desejo maior de vermos garantidos dentro do ensino superior os direitos de acesso à educação da pessoa surda.

A maioria da população desconhece as dificuldades que o surdo encontra para ingressar em uma universidade pública devidas principalmente a um processo injusto de vestibular que não considera suas especificidades lingüísticas em provas abertas e na produção de textos.

Agora decidimos lutar por uma mudança de pensamento em todos os setores da sociedade seguida de ações que venham viabilizar o ingresso e a permanência do aluno surdo em universidades.

Não existe um levantamento atual do IBGE, mas os dados do Censo da Educação Superior de 2003 MEC/INEP indicam que havia apenas aproximadamente 600 alunos surdos ou com deficiência auditiva matriculados em Instituições de Ensino Superior no Brasil, em uma população de cerca de 5,7 milhões de pessoas com problemas relacionados à surdez (Censo 2000 - IBGE). De lá para cá pouca coisa mudou e apesar de a LIBRAS- Língua Brasileira de Sinais ter sido regulamentada em 2002 e de ter sido incluída no currículo de disciplinas obrigatórias do curso de Letras, Fonoaudiologia e Pedagogia de universidades públicas, ainda não houve uma conscientização por parte dos dirigentes destas universidades de que o surdo, para acesso à educação superior deve contar com o reconhecimento da LIBRAS como forma de expressão e mais urgente ainda, que seja avaliada de maneira diferenciada sua produção textual, considerando particularidades de sua condição, cultura, cognição e expressão escrita.

Diante disso conclamamos a todos pensarem, discutirem e contribuírem com sugestões e apoio ao nosso movimento. Queremos MAIS universidade para quem precisa! A UFSC e FUVEST já adotam processo de vestibular diferenciado para surdos, a UFBA, UFMS e UFPI por força judicial também tiveram que se adequar. Queremos que a UFMG e outras universidades públicas em Minas Gerais também mudem seus processos de vestibular e cumpram o que o MEC determina na Portaria nº 3.284/2003 sobre acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências.

MAIS – Movimento de Apoio à Inclusão do Surdo na universidade.

ADOTE, PRATIQUE, ESPALHE ESTA IDÉIA!!!!!

Surdez

Chama-se pessoa Surda (ou Surdo)[1] àquela que é portadora de surdez e que possui uma identidade, uma cultura, uma história e uma língua.

Em meados dos anos setenta, emergiu uma nova forma de encarar a surdez, que encara o Surdo como pertencendo a uma comunidade linguística minoritária, pelo facto de usar uma língua distinta da maioria ouvinte. Estudiosos há que acreditam que "o problema dos surdos não é a surdez … mas as representações dominantes". Assim, a concepção antropológica defende como um de seus objectivos primários garantir o acesso dos Surdos à língua gestual, a sua língua de aquisição natural.[2]

O Dia Mundial do Surdo é comemorado por membros da comunidade surda de todo o mundo (surdos e ouvintes) no último domingo do mês de Setembro, com objectivo de relembrar as lutas da comunidade ao longo das eras, como por exemplo, a luta em prol do reconhecimento da língua gestual nos diversos países do globo.[3]